4.11.07

Capitão Morrimento e o Oscar

No país onde a pirataria do CD do filme Tropa de Elite foi considerada um crime maior do que a matança oficial mostrada no filme (se houvesse autoridades neste país estaria em curso a CPI da matança do BOPE-RJ); no país onde polícia má é aquela que leva propina para não matar e polícia boa é a que mata sem levar propina, - diferença insistentemente mostrada no filme; no país em que até ontem se chamava de heróis alguns traficantes de morro, porque eles davam morte mas também ambulância para uma assustada população, e que agora quer tornar heróis sujeitos que utilizam caveiras como símbolos (piratas? Isso lá é símbolo aceitável num Estado democrático de direito!) e que usam saquinhos de supermercado para fazer interrogatórios; num país assim, só há mesmo uma saída: ficar rico - aí você não apanha nem de um lado nem do outro (Traficantes de morro e BOPE são apenas instrumentos para aterrorizar os mais vulneráveis, aqueles miseráveis que já não sabem se é melhor entregar o traficante para a polícia - e morrer pelas mãos do Baiano - ou entregar a polícia para o traficante - e morrer nas mãos do Capitão Nascimento!) . Mas se você não é rico e está achando que os capitães nascimento da vida salvarão o país da violência, você é, na melhor das hipóteses, um ingênuo; na pior, um idiota. Pense como quiser, mas quando alguém de sua família for submetido a um procedimento policial arbitrário (de tapinhas a tiros) festeje, comemore, diga que seguir a lei é coisa para filhinho-de-papai-maconheiro, ou exigência dessa gentalha dos direitos humanos, das ONGs e do Bonde do Foucaut. Mas se não conseguir festejar, se a arbitrariedade tiver sido contra você ou alguém que você muito ama, converta-se, passe para o outro lado, nunca é tarde para largar a burrice...

7 comentários:

Anônimo disse...

Muito boa essa do capitão morrimento. É de matar, literalmente.

Willian

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Professor se nao fosse gente destemida como a do BOPE todos estariam mergulhados num mar de criminalidade ainda maior. Aturar policiais violentos (posso lhe garantir que nao sao todos - A propósito, quantos sujeitos excelentes já passaram por suas mãos no CEPM?) é um preço suportável para pôr fim aos traficantes. O Sr. deve se lembrar como essa gente do tráfico é má e como não respondem a comandos dentro das cautelas da lei. No fundo o Sr. quer seus filhos protegidos dessa gente, e sabe que a gente tenta fazer isso. Com alguns erros, mas com mais acertos do é divulgado.
Abraço ao sempre Mestre, de um simples "Caveira", disposto a virar esqueleto para proteger a sociedade catarinense.

Anônimo disse...

Acho que já falamos sobre isso... Meu caro Sandro, vc quer que o Estado sucumba??? vc, melhor do que eu sabe que isso é impossível... Se para o Estado subsistir for preciso degolar os sociólogos em praça pública...pode ter certeza que isso vai acontecer, e pasme, dará-se um jeito de inculcar na mente coletiva de que isso é um fato normalissimo...se isso é possivel, imagine então uma coisa tão "simples" como subir morro e matar pobres, é tão simples que já ocorre e vira até filme.e todos achamos normal...
Ass. Eu de novo, abraço fraterno ao amigo.

Paulo César Nascimento disse...

Senhor Sandro Sell, o senhor é um fanfarrão! O senhor tem 10 SEGUNDOS para retirar este post! Nesse país o sociólogo tem três opções: a) considerar a situação da favela uma anomia (Durkheim); b) entender o lucro do tráfico como algo estimulado pela ética protestante e pelo espírito do capitalismo (Weber); c) partir pra luta de classes (Marx)! O senhor partiu pra luta. É melhor mudar de estratégia... em inglês, strategy; em espanhol, estrategia...

Professor Nascimento

Anônimo disse...

Genial o texto Sandro.
Engraçado é como no nosso país os representantes do poder público possuem a permissão da sociedade em violar a lei. Estranho isso. O policial pode torturar, o fiscal pode cobrar tributos acima do estabelecido em lei, o juiz pode mandar prender ao arrepio da lei, TUDO em nome de um bem maior. Mesmo que este "bem" seja genocida, sob a justificativa de pôr o fim em algum "tipo de gente". É a vida é bem mais simples sem o outro. Saludos.

Anônimo disse...

Muito boa essa...Sr professor P.C. Nascimento...!!!
O amado mestre deve estar se contorcendo...qua qua qua !!!
Penso que é a primeira vez que o cinema brasileiro mostra um heroi policial...matador e torturador é claro,mas não corrupto (ufa, graças a Deus eu odeio corrupção).
Ok, brincadeiras a parte...O cinema brasileiro descobriu enfim o Genero policial e viu, dado o sucesso do filme... (esee mesmo que vocês pensaram)que dá Ibope botar um policial como mocinho...eu confesso que já estava cansado de ver no cinema, aliás, uma invenção do cinema brasileiro, o gênero Marginal, ou seja o Bandido como herói. Quer seber? Reportemos-nos a tempo de Dantes...(eu não sou mais um menino):
O Bandido da luz Vermelha.
Lúcio Flavio
Lili Carabina
La Marca (??) (vcs, não sabem o que esse cara fez !!)
Zé pequeno (cidade de deus)
Maiquel (é assim mesmo) O Homem do ano (2003)
E outros...

Será que o cinema brasileiro refletia o caráter do povo?? Será que agora, continua refletindo? O sapato apertou e agora o povo deu um basta e quer a mão pesada do estado ???

Ocorreu- me agora, que nas novelas da Globo...os polciais sempre foram apresentados de forma caricata, não sei se propositalmente mas a verdade sempre são uma dupla de bobocas, atrapalhados, acéfalos e comandados por um delegado de terno surrado e óculos escuros...ora todos sabemos da força da hipnótica da TV. Ela cria estereótipos, e uma vez criado...já era!!!. Se coletivamente todos pensarem que a polícia é incompetente, boboca e incapaz de pensar a segurança pública, mesmo que ela faça um grande trabalho, ninguém vai considerar. (o próprio Sandro explica em um de seus livros esse fenômeno. Lembram de Pigmaleão ?).

Viva o Capitão Nascimento....ele é o heroi nacional e pasmem...É policial militar. O mundo dá voltas !!

Abraço a todos.