15.3.08

Motel é pra nanar...

Uma dúvida recorrente:




Esse homem foi o relator do Código Penal Brasileiro



Se motéis são locais destinados à prática de condutas com "fins libidinosos", artigo 229 do Código Penal, (o Direito brasileiro, como se pode inferir, saiu das anotações de uma senhora virgem...), por que eles continuam em funcionamento? Resposta das autoridades: porque tais estabelecimentos não foram concebidos com esse fim, mas para serem motor-hotéis, hotéis de trânsito, para descanso de motoristas... Huuumm... Faz sentido. Nada mais relaxante do que hidromassagem e espelho no teto, este para que o viajante, por prudência, só levante da cama quando lhe tiverem sumido as olheiras, indício de pleno descanso e de prosseguimento seguro da viagem.

Mas, então, se motéis são moto-hotéis por que as autoridades presumem, de forma absoluta, que quem entra neles com menores (às vezes membros da família do motorista que, efetivamente, está exausto) não irá para descansar da viagem, mas sim para fornicar (no sentido bíblico) e praticar atos libidinosos (no sentido sacana)?

Parece que a resposta é a seguinte: o empresário de motel é, aos olhos da subserviente autoridade, um sujeito puro e plenamente comprometido com o descanso e a segurança no trânsito, mas seus clientes, esses tarados do volante, não passam de um monte de sem-vergonhas que desvirtuam as melhores intenções do empreendedor, sendo capazes até mesmo de utilizarem essa zona de repouso como zona de... zona...


Se assim for, para conciliar os interesses tributários do Estado (motel gera impostos, renda, quando não paga proteção...) com a letra da lei é só interpretá-la da seguinte forma: quem não presta é sempre o consumidor. E enquanto qualquer desculpa esfarrapada (motor-hotel!) vira indício inquestionável de licitude, mesmo as mais amplas justificativas do consumidor vão esbarrar na hipocrisia de autoridades policiais e na malícia da velha virgem que mandou redigir o Código Penal.

2 comentários:

Paulo César Nascimento disse...

Eu sempre pensei que fosse isso o que realmente ocorresse: o sujeito conhecia uma mocinha simpática, atraente e sociável em um estabelecimento destinado à venda de bebidas alcoólicas (Whiskeria), sentia-se cansado a 500 metros dali e parava para descansar em um motor-hotel (motel). O espelho no teto servia para o cara poder se barbear deitado. Uma ou duas horas depois, já repousados, lembrariam que algo fora esquecido no local de venda de bebidas e retornariam para buscá-lo.

Anônimo disse...

Quanta malícia nesse couro hein, professor????
então o lugar não é só para descansar? Nem que seja só um pouquinho , afinal é pago por hora, (pelo menos o motel)Tenho certeza de que até alguns anos atraz essa função de "Lugar para dormir"dos motéis era muitas vezez desempenhada, mas depois do VIAGRA, HuHuuuuuuuuuu!!!!!!