1.5.08

Me esgana que eu gosto!


Deixa que eu chuto
Não chega a ser novidade aquilo que as estatísticas criminais vêm demonstrando: delitos violentos, com ataques diretos à vida ou integridade física de pessoas, é comportamento predominantemente masculino. Mais de 95% dos homicídios, por exemplo, são realizados por homens. É claro que os assassinatos cometidos por mulheres podem ter seus números mal contados, diluídos na própria dissimulação que o sexo fisicamente mais frágil faz uso para obter seus propósitos delituosos: veneno antes que revólver; deixar de socorrer antes de provocar o ferimento, pedir um favor arriscado antes de empurrar do barranco. É a tal da lei da Amelinha: fazer o homem gemer sem sentir dor (ou sentindo apenas quando já não há o que fazer...).

Homens agridem à vista, mulheres em suaves prestações...

Se assim for, existem mais mulheres “bandidas” do que dizem as estatísticas. Mas, com dissimulação e tudo, o número ainda seria francamente favorável (?) ao time dos meninos. Seja o assunto futebol ou violência sanguinária, a última palavra pertence ao macho, é a regra do deixa que eu chuto.

Mas qual seria a razão de tanto barbarismo dos barbados? Por que metemos os pés e, às vezes, a pá pelas mãos? Por que nos matamos uns aos outros (sim, a vítima preferida dos homens é outro homem), enquanto elas se conformam em criticar a roupa ou a plástica da mocréia ao lado, ou o desempenho sexual e o fracasso econômico do marido amansado?
(Nós matamos o corpo, elas destroem a alma...)


Seriam os animais homens?
As teses derivadas da biologia lembram uma verdade evidente: nossa espécie tem mais tempo de animalidade do que de humanidade. Somos bichos em quase tudo (lembre que, para grande parte das pessoas, felicidade tem a ver, sobretudo – e antes de tudo - com boa comida, parceria sexual atrativa e disponível, território exclusivo e ausência de dor. Como não é difícil notar, quando o assunto é felicidade, pessoas, gatos, cachorros, macacos e coelhos se entendem. Consenso geral no reino da bicharada.
(Vai uma bananinha aí?)

O fato de sermos bichos torna possível entender a maior agressividade masculina apelando para a natureza diferenciada de nossos corpos. Os machos - de quase todas as espécies – são fisicamente maiores e mais fortes do que suas fêmeas. E como a seleção natural não costuma poupar diferenças inúteis, a Mãe Natureza, apesar de ser mulher, espera do macho uma maior dose de grosseria para vencer obstáculos (por exemplo: disputar entre muitos pretendentes a única fêmea disponível), manter metas (como preservar em paz um território, para que a fêmea possa educar seus filhotes), fiscalizar o equilíbrio natural (não deixando que uma espécie cresça desproporcionalmente aos recursos ambientais, por ausência de predadores), e assim por diante. Temos uma missão de força!
(Meninas, apressem o jantar que o papai tem que ir caçar...)

Além de mais fortes, os machos têm doses cavalares daquele hormoniozinho que é acusado de fazer tanto a festa da humanidade, quanto sua desgraça: a testosterona. Vários estudos mostram que ratinhos que recebem doses extras desse hormônio, ou aqueles bombados de academia (travecos masculinizados) que aumentam artificialmente sua concentração, tornam-se mais irritadiços e agressivos.
(“Somando meus 40 de bíceps, meus 3 de neurônios, os 120 cavalos do meu carro, mais a mesada do papai para eu passar o dia longe dele, fico entre os 10-Mais no ranking dos gostosos do El Divino Club!” E dá-lhe loira nos pés...).

Contra as armas biológicas

Muitos criticam qualquer tese dessa natureza, alegando que isso é uma “verdade perigosa”, pois poderia dar azo a inocentar, por exemplo, estupradores sob a alegação de excesso de testosterona. Mas isso é o mesmo que dizer que o fato de as mulheres ficarem mais irritadiças na TPM, ou mais suscetíveis na menopausa, as isentará de suas possíveis agressões. Uma explicação (uma descoberta de fatores intervenientes num resultado) não equivale, necessariamente, a uma justificação (aceitação social do comportamento).
("Tá estressado? Vá se adestrar!")

Em arremate, numa explicação biológica, a Natureza tornou o macho (inclusive o da nossa espécie) potencialmente mais agressivo. Coisa que não é muito problemática (é até vantajosa) na selva. Lá matar e estuprar são charme, é requisito para se tornar o macho-alfa. Mas entre os civilizados humanos e seus códigos penais, isso passou a ser chamado de crime e a ordem é: machos controlem seus impulsos! Assim, o macho-alfa de ontem, que circulava na selva como ídolo, acabará hoje, com muita probabilidade, atrás das grades, porque deu vazão socialmente inadequada aos seus impulsos ancestrais...
(Vitória dos machos delicados! Enquanto os machões estão algemados os machinhos fazem a festa, com muito jeito, perfume, e comida japonesa, é claro)!


Soldadinho de chumbo

Outro fator que levaria à maior agressividade masculina seria o estímulo social à belicosidade dos varões. Moçoilas raramente servem como soldados, não se precisando, então, incentivá-las desde pequenas a construírem um imaginário pessoal de guerreiras. Enquanto elas ganhavam bonecas, meninos ganhavam espadas e escudos; enquanto elas brincavam de casinha com suas mães, meninos se rolavam em lutinhas no tapete da sala com seus pais; enquanto meninas assistiam ao clipe da Barbie Girl, meninos estavam destruindo algum inimigo no Mortal Combate...
(Mais tarde enquanto elas procurarão um espelho que lhes permita ver a calda, eles só precisarão de um que permita o enquadramento dos músculos superiores, já que o resto de interesse eles vêem de cima... Esse Freud sabia mesmo das coisas.!).

A sociedade precisa formar o futuro guerreiro, por isso se tolera muito menos o homossexualismo masculino do que o feminino (repare que a mulher pode desistir de ser lésbica, casar e ter filhos, pode brincar de homossexual enquanto fantasia de casal, mas para o homem que experimenta, não haverá volta: não existe ex-...
(Uma vez flamengo, ronaldinho até morrer...).

Então prova!

Ninguém é homem em definitivo: deve-se provar todo dia a masculinidade. “Vai ser homem”, diz o papai ao filho medroso; “Se tu és homem, repete!”, diz o valentão de punho cerrado; “Quando deitamos, ele só quis conversar, ah, tá na cara, que ele não gosta da fruta, né amigaaa!”, conclui a piriguete da vez. No mundo masculino é assim: você é bicha até que prove o contrário...
(“Tá, tá, tá, eu vou com você na porra da montanha-russa...”)

Agressividade de gênero

Alguns sugerem que as mulheres não são menos agressivas. Elas são simplesmente menos corpóreas em sua agressão. Estudos em escolas, com crianças de 7 a 14 anos, mostraram o seguinte: meninos resolvem suas diferenças entre si, preferencialmente, de forma individual e física: “vou te pegar na hora da saída”. Os outros garotos torcem, mas não se metem na briga dos outros. Depois de trocarem socos e pontapés, os duelistas fazem as pazes e não guardam mágoas. Já as meninas, quanta diferença! Cada menina brigada (“de mal”) tenta arrebanhar a solidariedade das outras para o seu lado, tentando excluir a rival dos grupos (“se você falar com ela, não é mais minha amiga”) e, isso mesmo, difamando a coleguinha inimiga (“não sei quem viu ela no banheiro fazendo não sei o que com alguém”).
(Fofoqueiras!)

Homem quebra a cara do outro, mulher quebra a imagem da outra. Por isso que briga de mulher é tão divertida: é um show de baixaria trash, muito palavrão, muita referência a “vagabundagem da outra” – a gente fica sabendo de cada coisa! - e muitas tentativas de deixar a rival seminua (ah, pena que o rapaz da cerveja chega sempre depois da polícia...). No final, foi muito barulho e poucas conseqüências: duas ridículas descabeladas, arranhadas, rasgadas, e xingando a alegada vaquice da outra... Mas o pior virá depois, a rede de amigas de cada lado produzirá dossiês sobre a rival, e, não raro, fará chegar indícios comprometedores ao namorado, marido ou chefe da outra. É o terrorismo de reputação.
(Dia das mães: amor, vamos lavar roupa suja fora hoje....)

Arte da guerra

É que elas não aprenderam a arte da luta honrada do samurai, do cavaleiro medieval, do guerreio tupinambá. A batalha deve ser uma arte discreta e circunscrita a determinada arena. Aquele que perde deve ser honrado para que aquele que o venceu tenha sua vitória valorizada (ou seria como contar vantagem por ter furado a fila dos deficientes visuais no banco). Em geral isso significa que, entre homens, o que vence vai para o hospital e o que perde vai para o cemitério... mas ambos com muita classe.

Por isso, a Maria da Penha que me perdoe, mas violência física é conosco (e, por isso, temos que ser enjaulados, como bichos brabos, de vez em quando), mas violência moral e psicológica, como prevê a lei, ah, por favor, nisso a vítima somos nós, os homens. João da Penha nelas! Mas não precisa encarcerar não, que a gente depende delas, só dá um sustinho, caríssima autoridade, diz a ela que se não parar de encher a paciência da gente, o cartão Renner dela vai ser suspenso, ou que ela será proibida de usar salto por sessenta dias. Já vai ser mais que suficiente. Depois libera, porque a vida masculina perde todo o sentindo quando essas falantes criaturinhas encrenqueiras não estão por perto...
(Já tô indo, amor... não via mesmo a hora de saber detalhes sobre o tratamento da coluna de sua mãe...)

Um comentário:

Anônimo disse...

é professor é vai tudo nessa linha mesmo. praticamente é como falar sobre o citado estudo de que os homens cometem 95% dos homicídios. Na minha opinião os outros "35%" são cometidos por elas.
hahaha

abraço.